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Os melhores livros de negócios do mundo – Parte 1

Nos últimos 15 anos, se fosse para escolher uma leitura que realmente foi capaz de influenciar meu modo de pensar sobre negócios e sobre como devemos lidar com as questões que envolvem a administração, este seria sem nenhuma dúvida o Tom Peters.

Em 2003, pouco depois do mundo ter virado de cabeça para baixo com os ataques de 11 de setembro, ele escreveu um livro chamado REIMAGINE! falando de modo muito zangado sobre coisas que todos nós vivemos e que tentamos de todas as formas desprezar. Vou explicar melhor…

Iniciativas são para os fracos

O modo como nossas empresas estabelecem o contexto da administração tem sido muito prejudicial aos seus funcionários… e em última análise a elas mesmas. O jeito como muitos empresários têm se posicionado em seus mercados também reflete um modelo de gestão “para inglês ver”, e bem pouco eficaz. Haja visto os fraquíssimos resultados acumulados de muitas empresas ao longo dos últimos 5 anos.

Por que isso acontece? Bem, porque nosso modelo de administração tem se baseado em “BOAS INICIATIVAS”. Há exatos 14 anos atrás, Tom citou que o mercado feminino era uma fonte lamentavelmente inexplorada de líderes eficazes e de consumo. As mulheres eram a Oportunidade de Mercado No 1. Há 14 anos atrás!

Ele não sugeriu que as empresas criassem uma “Iniciativa Voltada Para as Mulheres”. Sugeriu que as empresas fossem viradas de ponta-cabeça – Agora! – para abraçar o desconcertantemente alto potencial das mulheres. Ele não acredita em “iniciativas”. Acredita em Investidas Contundentes… em Imensas Oportunidades.

Mas veja só: as empresas premiam as “iniciativas” e acabam se esquecendo de que uma oportunidade só poderá ser capturada por meio de um esforço proporcional: impetuoso, consistente, apaixonado, MUITO focado. Mas muitos concluem o seu trabalho logo após receberem o reconhecimento de que tiveram uma boa INICIATIVA.

Thomas J. Peters

1942 – 2017

Ele teria feito algo muito bacana, mas seu chefe não deixou.

A linha central daquele livro é uma lápide tumular. Uma lápide tumular que traz aquele epitáfio que eu mais quero evitar.

O General Eric Shinseki foi Chefe do Estado Maior do Exército dos EUA durante a maior revolução organizacional pela qual uma empresa já teve que passar na história: o ataque às Torres Gêmeas e o princípio da Guerra ao Terror. Por incrível que isso possa parecer, ele disse o seguinte:

“Se você não gosta de mudança, vai gostar ainda menos de irrelevância”.

O cataclismo do colarinho branco

Em uma série de capítulos – um mais provocativo do que o outro – Tom descreve com precisão o que temos apenas visto com os nossos olhos dentro de cada uma de nossas empresas. Romper com o modelo ainda atual na maior parte das empresas precisa ser a regra:

  • O emprego de colarinho branco como nós conhecíamos acabou.
  • O espaço de tempo para a total reinvenção de seu emprego é de 15 anos (se você tiver sorte).
  • A velha burocracia acabou.
  • Um burocrata é um microchip caro.
  • Não possua nada, se puder.

Declarações que soam bem familiares para quem está no mercado de trabalho há mais de 15 anos! Só que elas foram escritas há 14!!! :0

Então a pergunta é: onde todo mundo estava há 14 anos atrás para não construir as bases para esta nova forma de trabalho? Bem, as empresas que nasceram neste período são hoje as maiores do mundo, operando em um contexto totalmente diferente daquele para o que nós aprendemos a trabalhar… (leia-se Google, Facebook, Uber, Alibaba, Netshoes, Netflix etc. etc. etc…).

Firma de Serviços Profissionais: O imperativo das soluções

Talvez já tivéssemos a resposta desde o início. Bem diante dos nossos narizes coletivos! E não prestamos a menor atenção. Nenhuma!

Há hoje em dia uma série de organizações que criam valor por meio de uma… e apenas uma… coisa: a acumulação e a aplicação de Capital Intelectual Criativo. O que ele chama de FSP (Firma de Serviços Profissionais).

Usando seus próprios exemplos (para ser o mais claro possível), “a FSP pode ser uma entidade que envolve mais de 100 mil pessoas, como a Accenture ou a EDS. Ou pode ser um escritório de contabilidade formado por uma única pessoa, uma ex-contadora da Xerox de 46 anos, despedida na última onda de downsizing, e agora trabalhando em Home Office e fornecendo assistência financeira para pequenas empresas das redondezas de Rochester ou Nova York”.

O ponto-chave é que todo (t-o-d-o) trabalho feito no Mundo Corporativo pode ser feito no lado de fora… com lucro. (Por uma… FSP).

O jeito FSP funciona para tudo: para uma pessoa que está disposta a ganhar dinheiro agregando algo de valor para seus clientes, ou para uma grande empresa que reconhece que no final do dia se você não tem serviço agregado ao seu produto você não passa de um vendedor de commoditie, afinal um dos principais imperativos do milênio é: tudo se copia! Com excelência!

5 Regras Fáceis

Tudo se resume a isso… um programa de 5 passos:

  1. LEVE AS FIRMAS DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS A SÉRIO. MUITO A SÉRIO.
  2. APRENDA COM ELAS.
  3. TRANSFORME CADA PARTE DE SUA EMPRESA EM UMA CINTILANTE “FIRMA DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS” … DENTRO OU FORA DA SUA EMPRESA.
  4. NÃO ADMITA NADA MENOS DO QUE “EXCELÊNCIA DEPARTAMENTAL”.
  5. LIVRE-SE… SEM CERIMÔNIA… DE QUALQUER UM EM SEU DEPARTAMENTO (FSP!) QUE NÃO PEGUE O “ESPÍRITO DA COISA”.

O microprocessador – ou o pessoal da Índia ou de Gana – substituirá 80% dos empregos corporativos. As principais economias do mundo não podem dar certo como nações apenas industriais. O seu valor agregado virá do capital intelectual. De “talentos” incríveis trabalhando para realizar “projetos” fantásticos.

Pense nisso. Seriamente.

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